Página 14 - box 2
'Temo que teremos que terminar nossos negócios uma outra hora. Parece-me que me sobrecarreguei demais por agora. Ah, bem. Eu não sou tão jovem quanto já fui. Mas também, planejar a Grande Conjunção exaure um pobre arcano!'
'É melhor vocês mostrarem o respeito apropriado pelo meu filactério, porque se vocês tentarem destruí-lo e falharem - e vocês irão - Eu irei caçá-los.'
Azalin pausa para uma risada sinistra, mas então sua voz retorna com uma seriedade mortal. 'Vocês me serviram bem e irão me servir novamente, mortais. Vivos ou mortos, vocês serão meus para eu controlá-los!'
Página 15 - box 1
Uma voz das sombras surge, dizendo, 'Eu sou o Ancião, eu sou a Terra. Minha palavra e vontade são a lei aqui, e vocês são meus subalternos.'
Vocês se viram e encaram a direção de onde a voz vem, e um homem alto com feições marcantes e ossos proeminentes na face emerge, aparentemente do nada. Seus olhos são escuros e hipnóticos, como profundas poças com reflexos sutis de luz vermelha. Seus dedos são longos e finos, com unhas afiadas. Ele está vestido com roupas pretas caras, e usa um medalhão com uma grande pedra vermelha ao redor do seu pescoço.
Ele continua, 'Eu os congratulo por abrirem o portão da prisão que me manteve por tanto tempo longe do meu verdadeiro destino. Vocês não poderiam tê-lo feito em uma hora melhor.
Curvem-se diante Lorde Strahd von Zarovich,' ele ordena, 'e aceitem tudo o que eu comandar.'
Página 15 - box 2
Da escuridão, a voz de Strahd chega aos seus ouvidos com um tom de ódio. 'Podem estar certos, mortais, eu estarei melhor preparado quando nos encontrarmos novamente', ele entoa. 'Vocês estão na minha terra, e não irão escapar da minha cólera. Se vocês não cooperarem, eu irei lhes dar uma nova definição de dor antes que eu tenha acabado!'
Página 16 - box 1
Através da floresta densa e névoas rodopiantes, vocês avistam o brilho de uma fogueira. Uma carroça robusta está em uma clareira e vocês reconhecem o teto arredondado e ornamentos coloridos que marcam uma caravana Vistani. Cinco humanos de pele bronzeada cuidam da fogueira e se agitam ao redor - um garoto, duas jovens mulheres, e dois homens maduros. Eles parecem ignorar todo o perigo ao seu redor.
De repente, um zumbi surge de trás das moitas e avança em direção ao acampamento. Antes que vocês possam reagir, ele para antes de alcançar a carroça cigana, e então se vira e vaga em outra direção como se esquecesse para onde estava indo. Os Vistani nem mesmo olham de soslaio para a coisa morta-viva.
Página 17 - box 2
'São esses', diz a mulher um pouco mais velha das duas, uma bela jovem de pele escura, com cerca de 20 anos, 'Eu sou Arabelle', ela diz para vocês, 'e esta é Donella. Nós estávamos esperando vocês. Estamos aqui para ajudar'.
Página 17 - box 3
Os Vistani os deixam tão confortáveis quanto o possível, dadas as circunstâncias, cuidando de seus ferimentos e até mesmo preparando um saboroso ensopado para a refeição. Enquanto vocês sorvem o resto do molho apimentado em sua tigela de madeira com um pedaço de pão, a porta na traseira do vardo se abre por uma ou duas polegadas.
'Madame Yvonna está pronta para vê-los, agora', anuncia Arabelle. 'Entrem em seu vardo com ouvidos e mentes abertas, e aprendam.'
Página 18 - box 1
Madame Yvona permanece em silêncio enquanto vocês se amontoam em seu vardo, medindo-os com olhos severos.
'Ouçam essas palavras', ela ordena. Ela se inclina sobre a bola de cristal e começa a ler:
'Na casa de Daegon o feiticeiro nascido,
Através da vida, não-vida, mortos-vivos terão desprezado.
A criança sem vida de mãe rígida encontrada
Anuncia uma época, noite de maldade liberada.
Pela sétima vez o filho dos sóis ao acaso ascende
Para enviar ao ladino gritos pela eternidade.
A luz do céu brilhando sobre o morto
Irá derreter e falhar, tornando tudo tinto.
Inajira irá-' Yvonna pausa e franze as sobrancelhas. Então ela recomeça, mas lentamente, como se não tivesse certeza do que ela vê.
'Os sem-corpo viajam para os tempos antigos,
Onde felicidade em ódio criam terras de mitos.
Inajira irá reverter sua fortuna,
E todos irão viver com terrível ruína.'
Madame Yvonna se distância da bola e devaneia, 'O que isso significa? O que isso significa?' Ela então olha para vocês.
'Meus poderes dizem que uma profecia foi cumprida e ainda não cumprida. O mal que rasteja sobre a terra me diz que alguma coisa importante com certeza aconteceu, ainda sim, a bola de cristal nega que isso aconteceu.
Esses versos que li para vocês são o anúncio do maior de todos os males; uma coisa que é chamada de a Grande Conjunção. O que vocês sabem sobre tudo isso?'
Página 19 - box 1
Yvonna coloca sua bola de cristal de lado e olha atentamente para vocês. 'Eu conheci arcanos e homens-de-armas mais poderosos do que vocês no meu tempo, ainda assim, não conheci ninguém que estivesse ligado tão intimamente a um evento de tamanha importância como a Grande Conjunção. O Sexteto de Hyskosa está ligado fortemente aos seus destinos e isso não é nada leviano. O mal os cerca por todos os lados - malevolência além do que suas imaginações podem alcançar - ainda sim, vocês seguram o destino do universo em suas mãos. Vocês são criaturas raras e especiais, com certeza!
Eu olhei em seus passados e vi grandes feitos, mas eu olhei em seus futuros e vi feitos ainda maiores - ou morte e pior. A história está em uma encruzilhada e aguarda vocês escolherem o caminho.'
Página 19 - box 2
Madame Yvonna gesticula sobre as cartas místicas na mesa à sua frente. 'Aqui está um descarte do tarokka que desafia a crença: A leitura inteira consiste de cartas apenas do Baralho Superior! Eu descartei a torre, a pirâmide, e agora a cruz extendida para vocês, e cada jogada produziu os mesmos resultados. Se vocês conseguem imaginar jogar exatamente as mesmas cartas altas, três vezes na sequência, então já tem uma ideia da gravidade dessa ocorrência!
Permitam-me interpretar as cartas para vocês.'
Página 21 - box 1
Madame Yvonna recolhe o baralho tarokka e diz, 'Agora irei ler a sorte de seu inimigo, para prepará-los contra seus planos. Eu não o conheço, mas uma vez que vocês estão profundamente conectados a ele, vocês devem embaralhar as cartas e tocá-las com o filactério. Isto irá harmonizá-las com sua força vital.'
Página 23 - box 1
Madame Yvonna balança sua cabeça pensativa e então olha para vocês, parecendo medí-los.
'Vocês são bravos heróis, sim?' ela pergunta, sem esperar realmente uma resposta. 'Vocês devem ser muito corajosos, muito fortes, e talvez muito sortudos também, se vocês esperam consertar as coisas. Vocês tem um inimigo poderoso, e vocês se envolveram em eventos que afetam este e muitos mundos através do universo.
Trazer o filactério de Azalin para fora das névoas colocou a Grande Conjunção em movimento, porque o crânio não era para ter saído do lugar onde estava por muitos anos. Pode ser que a destruição do filactério de Azalin consertará as coisas. Fazê-lo não é uma tarefa pequena, mas eu acredito que existe muito mais do que destruir um lich em seu destino.
Vocês devem procurar a magia que foi perdida e achada, mas também procurar a ajuda da Rainha Kristiana no Castelo Ravenloft. Ela conhece muito das maiores magias - ela pode até mesmo restaurar a vida daqueles que ela favorece! Se existem poderes mortais para destruir a casa de Azalin, a rainha saberá.
Eu acabei, agora. Vocês podem ir.'
Madame Yvonna abaixa a cabeça dela e parece esquecer que vocês estão lá. A porta do vardo abre atrás de vocês, e Arabelle gesticula para vocês saírem.
Página 24 - box 1
Vocês chegaram à uma vila sonolenta. Embora não seja muito tarde, não há sinal algum de vida nas ruas.
Enquanto vocês passam por algumas lojas e casas fechadas, a trilha de terra que vocês estavam seguindo termina na estrada pavimentada de tijolos que serve como rua principal para essa vila grande.
Parece que o lugar está deserto, mas quando vocês começam a pensar que estão sozinhos, vocês percebem movimento no canto de seus olhos. Uma garotinha pálida os espiona de trás de uma casa próxima e então se esconde.
Página 25 - box 1
Há uma placa nessa intersecção que parece escrita em balok, com uma mão apontando para o leste enquanto outra mão aponta para o sentido oposto, mostrando a direção para o que quer que a outra inscrição em balok queira dizer. Acima de ambas as placas reside outra maior com inscrições em balok em grande letras negras. Fitas brancas e azuis adornam o poste onde as placas estão penduradas.
Ao olhar ao redor, um grito perfura o ar noturno!
Página 27 - box 1
O tamanho do cercado atrás desta construção indica que os estábulos de quem quer que esteja nomeado na placa escrita em balok realiza uma grande quantidade de negócios. Entretanto, a cerca está quebrada em diversos lugares e não há sinais de gado ou pessoas nas instalações.
Página 27 - box 2
Vocês vêem uma fonte dominando uma pequena praça na vila. No centro da fonte está uma estátua de um homem cujas vestes indicam que ele era um explorador.
O poço da fonte está coberto por moedas de prata. A água é límpida e jorra de buracos no pedestal da estátua.
Página 27 - box 3
Este grande depósito está cercado por oito armazéns. Uma placa no portão da frente identifica a propriedade com inscrições em balok. Os cercados estão vazios - uma quebra recente na cerca parece ter proporcionado um escape para os animais que possivelmente estavam aqui. Os armazéns, entretanto, estão repletos de bens de toda Baróvia e além; uma olhada através da janela de qualquer edifício revela toda sorte de bens. Parece que este lugar serve para vender objetos incomuns e itens de regiões distantes.
Página 28 - box 1
Esta é obviamente uma igreja, mas a construção está em um estado tão arruinado que é impossível dizer para qual deus foi dedicada. O telhado cedeu parcialmente, as janelas sujas de vidro estão em sua maioria quebradas e fechadas, e mato se espalha por todo o chão. Parece que, apesar de sua localização, a capela foi abandonada por pelo menos meio século.
Página 28 - box 2
O cemitério próximo à igreja aparenta ser melhor cuidado do que a própria igreja. Parece que os aldeões ainda usam a área para enterrar seus mortos, mesmo que eles não usem os serviços da igreja.
Página 29 - box 1
Várias das covas parecem ter sido cavadas ao acaso recentemente - ou melhor, cavada de dentro para fora. De fato, enquanto vocês olham sobre o campo de túmulos e mausoléus, o chão fica saliente em uma cova próxima e uma mão decomposta alcança a superfície. Azulada e rasgada pelos esforços em desencavar ela mesma, a mão escava a terra ao redor até que uma segunda mão se liberta e se une ao esforço.
Página 29 - box 2
Enquanto vocês andam por essa rua, vocês podem ver que essas casas estão ocupadas. Elas devem ser os lares permanentes dos cidadãos de Vallaki. Cada casa está bem decorada, construída e mantida. As pessoas que vivem neste distrito devem estar bem confortáveis.
Página 29 - box 3
Essa construção de um andar possui uma inscrição em balok. Ao contrário do resto das estruturas em Vallaki, esta é construída de pedra e grossas vigas de madeira que sugerem uma prisão dentro.
Página 30 - box 1
Esta área com árvores altas e uma pequena quadra pavimentada de tijolos no meio, fornece um tranquilo parque - ou fornecia antes da Grande Conjunção tomar a terra. Agora as árvores estão repletas de morcegos que guincham e voam em um tremendo tumulto.
Página 30 - box 2
Através das venezianas fechadas nesse estabelecimento coberto por fuligem vocês avistam uma grande forja e fole, e também uma série de ferramentas penduradas no teto.
Página 32 - box 1
A estrada ganha altitude conforme vocês vão para o leste e a floresta de carvalhos gradualmente dá lugar a altos pinheiros escuros. A estrada está enlameada com poças negras que nada refletem. Tentáculos de névoa enlaceiam o solo como se eles pudessem se enroscar em suas pernas e arrastá-los para baixo.
Página 32 - box 2
A caminhada é lenta pela floresta, mas ela fornece abrigo contra os monstros que andam pela terra. Por outro lado, existem ocasionais estalos misteriosos e outros ruídos nas sombras que os cercam. Quais são as fontes dos ruídos e se elas os ouvem, é difícil dizer.
Página 32 - box 3
Um par de figuras gigantes estão em silêncio na névoa à frente. Eles são dois guardiões de pedra, esculpidos em detalhes quase perfeitos, cobertos por armadura e portando pesados martelos de batalha. As estátuas flanqueiam um portão negro de ferro que barra a estrada. Os guardiões parecem investigar seu grupo que se aproxima, como se eles pudessem impedí-los de entrar. A floresta ao redor deles parece tão impenetrável quanto as barras de metal do portão.
Página 33 - box 1
Uma carruagem grande e luxuosa está largada aqui. Garanhões negros e agitados balançam suas cabeças e batem seus cascos no chão de pedra como se eles fossem sair galopando à toda velocidade, mas a carruagem permanece parada. O condutor não está em lugar algum dentro do seu campo de visão.
Página 33 - box 2
Vocês estão se movendo para cima em uma estrada íngreme e sinuosa, em direção a nuvens ainda mais pesadas. O terreno se torna pedregoso e o chão desaparece abruptamente nas névoas em um dos lados da estrada. Vultos enormes passam por sua visão por breves momentos antes de desaparecerem atrás da névoa rodopiante ao seu redor, tornando impossível identificá-los.
Então a estrada faz uma curva abrupta ao redor de uma face escarpada do penhasco e algo enorme e negro se aproxima no forte nevoeiro à sua frente se esticando para além da visão.
Conforme o vento molhado e gelado sopra as névoas ao seu redor, as nuvens brevemente se rareiam entre vocês e a monstruosidade escura. Então vocês entendem o que estão vendo: Castelo Ravenloft.
No fim da estrada vocês encontram guaritas gêmeas de pedra fortificada. Tochas brilhantes descansam em arandelas em suas paredes, iluminando a área. Além das guaritas, um precipício de 15m de largura separam vocês do castelo. A ponte levadiça está rente à parede, fechada contra instrusos.
Dois guardas emergem de cada guarita e estão prontos a defender seus postos. 'Quem vem lá?' Grita um deles.
Página 34 - box 1
'O que quer que esteja acontecendo,' diz Valdar, 'vocês estão obviamente bem no meio disso. Se vocês são boas pessoas, então irão entender por quê eu devo assumir que vocês são exatamente o oposto e respeitar meus esforços para proteger o castelo.
O capitão estará aqui em breve com a troca da guarda. Se vocês aguardarem pacientemente, ele poderá ouvir seu pedido e permitir sua entrada no castelo.'
Página 34 - box 2
'Esperem, viajantes valorosos. Eu estou convencido de sua boa vontade.' Valdar aponta para o cristal na empunhadura de sua espada. 'Esta gema me diz se uma criatura é boa ou má quando eu a encontro, mas ela tem falhado durante esses dias negros. Assim eu sou forçado a testar e julgar com meus olhos. Imploro o seu perdão!'
O tenente se vira para a muralha do castelo e grita, 'Abram a ponte levadiça.'
Várias vozes ecoam o grito de Valdar antes que vocês ouçam um barulho estrondoso atrás das muralhas do castelo. Então a porta se abre com um tremendo clamor de correntes pesadas e cobre o vão entre vocês e o castelo.
Página 34 - box 3
'Cessar fogo, todos vocês! Não devemos cortar nossas próprias gargantas!' A voz é clara, forte, e sincera. Uma mulher de cabelos escuros em robes brancos olha para vocês e abre seus braços em um gesto de paz.
Página 35 - box 1
'Vocês são os guardiões da casa do mal, os sentinelas da profecia, não são?' ela pergunta, sem esperar uma resposta, 'Os deuses me contaram que vocês poderiam bater forte na minha porta, mas eu não esperava que vocês o fariam com suas espadas.' Ela eleva sua voz para todos ouvirem. 'Baixem a ponte levadiça pela ordem da rainha! Tragam os feridos!'
Várias vozes ecoam a ordem da rainha antes que vocês ouçam um barulho estrondoso atrás das muralhas do castelo. Então a porta se abre com um tremendo clamor de correntes pesadas.
Página 35 - box 2
'Cimbilis, Arius, recuem!' grita uma voz clara, forte e feminina de dentro das muralhas do castelo. Os ataques das criaturas de ar cessam instantaneamente.
'Eu sabia que era necessário determinação para cumprir a profecia', diz uma mulher de cabelos escuros acima, 'mas eu ainda fui tomada de surpresa pela sua tenacidade, bravos aventureiros.'
Página 35 - box 3
Por favor, subam. Nós temos muito a discutir. Baixem a ponte levadiça por ordem da rainha!'
Várias vozes ecoam a ordem da rainha antes que vocês ouçam um barulho estrondoso atrás das muralhas do castelo. Então a porta se abre com um tremendo clamor de correntes pesadas.
Página 35 - box 4
Embora os céus acima estão perdidos em uma névoa alva que desce e se enrola com o solo úmido, o páteo dentro das muralhas externas brilha com flores, e vinhas verdejantes cobrem as muralhas do castelo apropriadamente. O caminho de carruagem circunda uma grande fonte no centro da área, levando à maciça entrada arqueada do forte interno.
Enormes portas duplas, muito grandes para uma pessoa mover, estão ornamentadas e esculpidas com ouro. Agora abertas, elas revelam que 6m além da soleira está outro par de portas menores, e elas estão fechadas.
Acima delas, quatro estátuas de dragões olham para vocês do alto. Valdar os leva através dessas portas e por baixo dos dragões.
Página 36 - box 1
Vocês entram em uma sala de entrada maciça e vêem belas pinturas no teto em forma de domo, iluminadas por tochas em arandelas de ferro em grossas colunas de mármore. À sua frente, depois de um largo corredor, estão duas portas pesadas de bronze. Outra sala ricamente decorada está à sua direita.
Para a esquerda está uma escada larga, e Valdar os leva por aí para chegarem em um patamar onde uma pintura impressionante aparece no alto do teto. Ela mostra uma montanha sendo atacada por forças a cavalo. Interessantemente, há um não-humano parado na base da montanha assistindo os procedimentos - um humanóide com a cabeça de um chacal. Talvez seja um símbolo de guerra.
Do patamar, os degraus se separam em escadas gêmeas subindo por paredes opostas, em direção ao centro do castelo. Valdar continua até o topo e os escolta até o salão de audiências.
Página 38 - box 1
O rei e a rainha sentam-se à direita e à esquerda respectivamente de onde vocês os vêem, em tronos em cima de um palanque. Um guarda de elite portando uma armadura de placas brilhante se encontra em cada canto da plataforma. Eles seguram escudos azuis e brancos e carregam brilhantes espadas longas cerimoniais. Mais oito guardas com equipamento semelhante estão estacionados ao redor da sala, próximos às paredes.
À direita do rei está uma mulher idosa em robes verde-escuro e borgonha se apoiando em um cajado de metal queimado. Um diadema brilhante está acima de suas sobrancelhas, e seu longo cabelo acinzentado está trançado com pequenos berloques de metal.
À esquerda da rainha estão dois velhos em robes brancos. Cada um carrega um símbolo sagrado de prata brilhante em uma corda que também serve como cinto.
Quando vocês se aproximam do palanque, o rei se levanta para cumprimentá-los. Para seu espanto, o Rei Barov parece ser o monstro que atacou vocês quando chegaram em Baróvia - Strahd von Zarovich!
Página 38 - box 2
'Erguendo suas armas contra o rei? Nós não somos seu inimigo! Nós somos a única esperança para cada um de nós!' grita Barov em fúria.
Guardas entram na câmara de audiência e gritos de 'Traição!' e 'Pelo rei!' ecoam por todo o castelo. No palanque, a mulher em robes saca uma varinha e a agita em um padrão de ativação - a ponta deixa uma trilha de chamas para trás, formando uma pequena esfera de fogo flutuando no ar à sua frente.
'Gritem "Trégua!" e eu não os executarei onde estão!' comanda o rei.
Página 39 - box 1
'Uma vez, a terra em que vivíamos era governada por deuses malignos da guerra e morte. Sob seu reinado de sanguinolência sem fim, as pessoas lutaram por incontáveis anos de caos e carnificina que nenhum mortal poderia controlar ou impedir. Contra nossa vontade, nós guerreamos contra nossos irmãos para o prazer dos malignos.
Então veio o maior general de todos os tempos! Strahd von Zarovich desafiou a vontade dos deuses malignos ao tomar a terra de seu controle. Seus exércitos cresceram em força e número que confundiu os deuses, e todas as pessoas se juntaram ao seu estandarte. O general capturou os corações dos conquistados tão rapidamente como ele capturou suas armas, pois seu legado era prosperidade e paz. Os servos do mal eram conquistados e a terra se tornava una.
O grande Strahd cuidava de toda a terra como se fosse uma parte dele, como se ele mesmo fosse a terra!'
Então a voz de Barov diminui de maneira que o resto do salão não pode ouví-la. 'Ainda sim, ele pagou o preço pela nação que ele roubou do caos, porque é dito que, no meio de uma batalha de extrema importância, General von Zarovich convocou poderes negros para ajudá-lo contra o mal. Strahd usou esses poderes para obter o bem, mas ele trouxe uma maldição sobre sua própria família.
No dia do casamento de seu belo irmão, uma névoa negra desceu sobre seu castelo e todos seus ocupantes desapareceram da fase da terra! Ladrões servos dos deuses do mal vieram ao castelo em meio ao caos e roubaram o Símbolo Sagrado do Corvo, o coração de nossa pureza.
Existe uma profecia que diz que todos os membros da família von Zarovich serão presas do mal até que o Símbolo Sagrado seja devolvido ao altar da capela. Mas a profecia promete um fim à maldição e a rainha me disse que vocês são os instrumentos da vontade dos deuses.'
Página 41 - box 1
'Mas vossa alteza,' insiste Anebroun, 'minha magia é quase tão poderosa quanto à do lich, se não mais. Quem melhor para manter isso seguro ou para destruí-lo?'
'O filactério está ligado ao destino dessas pessoas,' responde a rainha, gesticulando na direção de vocês. 'Não sejamos muito apressados no nosso uso disso. Devemos deixar os deuses nos guiarem antes de agirmos. Tenha paciência, velha senhora.'
'Eu devo insistir em nome do rei,' responde Anebroun. 'Eu temo que o crânio seja o símbolo da maldição. Por favor, deixe-me destruí-lo!'
'Sua preocupação me comove profundamente,' diz Barov, 'mas vamos esperar até que os deuses falem. Talvez eles irão concordar com você.'
Página 41 - box 2
Barov franze o cenho e coça seu queixo pensativo por um momento antes de dizer, 'Vocês nos trouxeram muitas respostas mas levantaram ainda mais questões. Essa Grande Conjunção pode ser o fim de Barovia e outros mundos também, ainda sim, minha rainha diz que nem tudo está perdido.'
'Isso mesmo,' concorda Kristiana. 'Eu continuo confiante nos poderes da bondade e da luz. Qualquer mal que vocês possam ter causado, os deuses desejam esperar antes de julgá-los, então deve haver um jeito de reverter o que ocorreu.
Nós devemos descobrir a localização de Azalin, com certeza ele detém o Símbolo Sagrado. Vamos descer até a capela imediatamente, e eu irei comungar com os deuses e pedir sua orientação.'
Página 42 - box 1
A Rainha Kristiana os leva para um grande santuário que se extende pela largura do castelo. Diante de vocês, os bancos estão organizados em três blocos, formando dois corredores que cruzam a capela até a área do altar.
Kristiana vira à direita e se move pelo corredor daquele lado da sala. Vocês notam uma alcova na parede direita e uma enorme escada circular além.
'Aquela escadaria sobe a torre alta,' lembra a rainha quando observa vocês olhando naquela direção. 'São 124 metros de altura do topo da torre até a cripta real abaixo.'
Belos vitrais chegam ao teto atrás do altar e lançam uma miríade de luzes e sombras na mesa elevada. Um tecido vermelho-sangue cobre o altar e vários objetos de prata residem em sua superfície.
Página 42 - box 2
Kristiana reverentemente levanta uma estátua de prata de um corvo e a segura para todos verem. 'Observem, o Ícone do Sótão do Corvo - perdido por três séculos! - reapareceu além de qualquer esperança. Até mesmo os deuses não sabem onde ele estava!
Este é o símbolo de nossa força e eu preciso acreditar que seu retorno simboliza uma nova esperança para a linhagem von Zarovich. Se nós conseguirmos reunir o Símbolo Sagrado do Corvo com o Ícone aqui sobre o altar do Castelo do Sótão do Corvo, então talvez o grande mal que amaldiçoou nossa linhagem irá falhar e nós iremos reinar alegres como reinamos de maneira justa!'
Página 42 - box 3
A rainha diz, 'Por favor, permaneçam em silêncio agora e eu irei chamar pelos deuses e implorar por sua sabedoria.' Ela se vira e ajoelha perante o altar e começa a rezar.
Além dos vitrais, os céus permanecem nublados, sem lançar luz alguma através do vidro colorido mas a capela parece brilhar como se o sol tivesse aparecido. Kristiana é a fonte da luz.
A alta sacerdotisa sussurra para si mesma por vários minutos, pausando ocasionalmente para gesticular sobre o altar. Finalmente ela levanta sua cabeça, fica de pé e os encara.
'Abençoados sejam os deuses de luz', ela proclama, sua face radiante com a benção da comunicação divina. 'Eles falaram e enviaram esperança para todos nós!'
Uma nuvem de cólera escurece sua face. 'Não importa suas intenções - vocês libertaram a casa do mal de sua merecida prisão e trouxeram escuridão sobre o universo. Por esta ofensa vocês estão condenados por todos os deuses! Se vocês não agirem para corrigir o que fizeram, então morte será o menor de seus problemas!'
Kristiana pausa para respirar e então diz em um tom mais piedoso, 'Só existe uma esperança para vocês. Vocês devem expiar sua transgressão e aceitar uma missão para recuperar a esperança que foi roubada de nós. Retornem à mim com o Símbolo Sagrado do Corvo. Os deuses decretaram que a Grande Conjunção irá ruir se o maior bem for reunido com o maior mal sobre o altar. O maior bem é o Símbolo Sagrado. O maior mal os deuses identificaram como o filactério do lich, Azalin.'
Os olhos da rainha brilham enquanto ela pausa e pergunta, 'Vocês irão consentir esta missão sagrada?'
Página 43 - box 1
Anebroun grita, 'Vossa Alteza, Eu devo protestar! Se essas boas pessoas usarem o filactério do lich para encontrar seu dono, ele certamente tomará o mesmo deles quando o encontrarem. Permitir que uma arma tão poderosa seja colocada diretamente nas mãos do inimigo é um risco não somente para esses bravos heróis mas para o Rei Barov e toda Baróvia!'
A velha maga se ajoelha perante o Rei Barov e suplica a ele. 'Por favor, Vossa Graça. Eu sou quase tão poderosa quanto o lich. Com a causa do bem ao meu lado, eu sou até mesmo mais poderosa do que ele. Eu sei que posso destruir o filactério se for me dado tempo suficiente para estudá-lo. Deixe-me tentar-'
Mas a rainha interrompe, 'Anebroun, enquanto o lich detém o Símbolo Sagrado, ele é tão mortal quanto pode ser. Os heróis terão que encontrar uma maneira de manter o filactério a salvo, mas ele é o guia deles para o que eles buscam, e eles devem portá-lo.'
Anebroun começa a argumentar novamente, mas então olha para o rei, quem balança sua cabeça. Ela se curva contrariada e dá um passo para trás.
Página 44 - box 1
A rainha acende um palito de incenso no altar e sussurra uma oração. Ela então se vira para vocês e fala com um brilho azulado em seus olhos. 'Em nome de todos os deuses de luz e pureza, eu vos encarrego de retornar o Símbolo Sagrado do Corvo a este lugar ou quebrar e morrer nessa missão!'
Ela junta suas mãos na vertical e então as separa lentamente, revelando uma faísca brilhante de luz flutuando entre elas. Ela queima mais e mais brilhante até que vocês precisam fechar os seus olhos ou serem cegados. Quando vocês fecham seus olhos, vocês vêem um medalhão circular com um cristal branco no seu centro tão claro como se estivesse diretamente à sua frente. É a imagem do Símbolo Sagrado, brilhando como o sol, e ele queima indelevelmente em suas mentes e permanece lá.
Subitamente vocês sentem um desejo incontrolável de ver o item real. Qualquer pensamento que não seja o de encontrá-lo é quase fisicamente enfraquecedor para vocês.
Página 44 - box 2
Do lado de fora do castelo, uma tempestade surge com um repentino lampejo de luz brilhante, seguido quase imediatamente por um trovão ensurdecedor. Através dos vitrais o céu se ilumina com seguidos lampejos de luz. Outro raio cai ainda mais perto, e o ruído de uma torre despedaçada se propaga pela muralha externa.
Por trás do trovão ecoando pelo forte surge um ganido estridente. A princípio vocês imaginam que seus ouvidos estão apenas zunindo após aqueles relâmpagos, mas então ele fica mais alto. Em segundos, o ganido fica tão dolorosamente barulhento que vocês precisam tapar seus ouvidos com as mãos e apertar seus olhos fechados.
Página 46 - box 1
Quase tão rapidamente quanto o zumbido penetrante ficou alto, ele se torna irregular e baixa até que ele soa como o rosnado perverso de um cachorro louco. O volume diminui e vocês percebem que está vindo de dentro da sala!
No altar, próximo ao Rei Barov, está uma fera com o corpo de um homem grande e a cabeça de um chacal de olhos negros, envolto em um brilho cintilante.
Sem aviso, o monstro agarra o rei, levanta-o do chão, e rosna, 'Por três séculos eu procurei por você mas eu sabia que retornaria para cá! Onde está o livro, Strahd von Zarovich? Onde está meu livro, perjuro!'
O Rei Barov, chocado demais para reagir, meramente olha em sua direção com uma expressão vidrada, suas pernas balançam para frente e para trás a cerca de meio metro do solo. A rainha Kristiana grita.
O monstro ruge com uma voz que chacoalha as paredes, 'Eu vou arrastá-lo de volta à Gehenna e você irá responder aos meus mestres lá!' Ele rosna e então crava seus longos dentes afiados no pescoço do rei. Os olhos de Barov rodopiam para cima e suas pernas ficam moles enquanto sua túnica azul fica roxa com sangue.
Página 50 - box 1
Anebroun se ajoelha ao lado da forma sem vida do Rei Barov e beija sua mão caída. 'A maldição de Barovia toma outro espírito real,' ela diz silenciosamente. Então ela se vira para vocês. 'O Símbolo Sagrado do Corvo não pode ajudar meu rei agora. Por que não entregar o filactério para mim e deixar eu destruí-lo?'
'Não!' responde Thomurray. 'Por que você ignora as palavras da rainha, Anebroun? Os heróis precisam completar sua missão para que algo de bom venha desta farsa.' O sacerdote se vira na sua direção. 'Eu irei com vocês se desejarem, e ajudarei a esconder o filactério do lich com todos os meios que possuo. Pelo bem da rainha, vocês aceitarão minha ajuda?'
Página 50 - box 2
'Tudo bem', diz Anebroun. 'A vontade da rainha será feita! Mas vocês caminham para um grande perigo carregando um prêmio ainda mais perigoso.
O auxílio de Thomurray será indispensável para vocês, assim como será o meu. Eu irei ajudar vocês a procurarem pelo lich e tomar o Símbolo Sagrado de sua mão apodrecida! Que os deuses nos protejam melhor do que o fizeram com o rei e a rainha.'
Página 51 - box 1
A floresta parece mais escura do que nunca.
Tudo o que vocês ouvem soa sobrenatural - e sobrenaturalmente ruidoso - enquanto vocês se movem entre as árvores. As próprias sombras parecem se virar e observá-los enquanto vocês se esgueiram através da floresta. As névoas flutuando através das árvores formam faces nos espaços escuros, mas as faces giram e desaparecem quando vocês olham para elas.
Os portões de Ravenloft se abrem quando vocês se aproximam. Após passarem pelos portões e pisarem na estrada, vocês ocasionalmente ouvem um arquejo vindo da floresta e o estalo de um galho vez ou outra.
Página 52 - box 1
Os céus tem estado cinzentos e enevoados desde que vocês chegaram em Barovia. Parace que o sol nunca brilha sobre este país mas vocês não conseguem deixar de sentir que são os culpados pelo desaparecimento da luz dos céus. A não ser que vocês localizem o Símbolo Sagrado, podem nunca mais ver o sol novamente.
Vocês chegam no Passo Svalich, que se encontra no topo de uma dúzia de ziguezagues no lado leste da divisão e corre abaixo em vales enevoados no lado oeste. No topo, a estrada passa sobre um largo morro cercado por penhascos rochosos que descem para o norte e sobem em escarpas para o Monte Ghakis ao sul. Em um dia claro a vista pode ser longa e bonita mas agora a vista está perdida em sombras enevoadas.
Uma tempestade se forma sobre o Monte Ghakis, propagando um estrondo sinistro sobre as encostas na sua direção como uma avalanche sonora. Sua pele se arrepia e o cabelo em sua nuca se eriça. O estrondo do sul está ficando mais ruidoso, mais próximo.
Assustadoramente o chão começa a amolecer e chacoalha debaixo de seus pés. Atrás da névoa espessa, os gigantescos rochedos acima parecem estar mudando. Um lamento começa a ser sussurrado e então aumenta o volume até se tornar um grito. Alguma coisa maligna está para acontecer...
Página 52 - box 2
Mais à frente há um súbito clarão de relâmpago e um trovão de chacoalhar a terra. O próprio ar parece se rasgar em dois e uma fumaça preta se levanta da névoa cinzenta acima de vocês. A nuvem negra estronda e chispa como se fosse chover lágrimas de ébano em suas cabeças mas então flutua até o solo próximo e clareia. De pé em seu lugar está a fera que assassinou o Rei Barov - Inajira!
Um dos guerreiros esqueléticos se afasta da batalha e avança em carga contra o homem-fera, mas quando chega à 3 metros de Inajira, o esqueleto cai sem vida. O yuguloth olha para ele e ri, então inspira profundamente e uiva tão alto que o chão treme novamente. Quando seu uivo termina, todos os monstros ao seu redor estão silenciosamente no chão.
Então ele olha para vocês e diz, 'Pausem por um momento, bravos e doces aventureiros... pausem e tenham uma conversa com este humilde servo de mestres pujantes e prósperos.'
Página 53 - box 1
A criatura coloca uma mão em seu peito e diz, 'Minhas sinceras desculpas por nosso rude contato em nosso último encontro mas eu acho que vocês irão encontrar piedade em seus corações para comigo se ouvirem minha história. Eu não estou aqui em Baróvia por escolha própria, nem tomei a boa rainha em minha custódia com prazer - não duvidem!
Eu fui arruinado e escravizado pela fera chamada Strahd von Zarovich, e fui exilado de minha amada terra natal por causa de sua crueldade. Com certeza, pessoas nobres e boas como vocês não podem ser amigos dele! Vocês irão ouvir minha história?'
Página 53 - box 2
'Eu sou uma criatura que negocia contratos para aqueles que poderiam apenas atacar uns aos outros durante uma mediação, então vocês podem perceber que eu sou um arauto da paz. Como eu tenho que lidar com seres de diversos planos, os contratos que eu crio são altamente mágicos. Esses documentos são introduzidos em um tomo chamado Livro do Pacto, o que torna cada um deles legais e obrigatórios em todos os planos do multiverso.
Cerca de quatro de seus séculos atrás, eu fui convocado para negociar um pacto entre um dos meus mestres e o humano chamado Strahd von Zarovich - eu cumpri meu dever mas fui traído. Strahd von Zarovich tomou meu Livro sob a pretensão de assiná-lo e então o trancou em um cofre que eu não posso penetrar, prometendo devolvê-lo apenas quando os termos do contrato fossem honrados. Então, quando Strahd von Zarovich se tornou o lorde de Barovia, ele desapareceu da face do multiverso - e com meu livro!
Vocês devem entender, este livro contem as palavras que definem minha própria existência. Tudo o que sou, tudo o que meus pares e os deuses percebem como minha existência, é julgado pelo conteúdo do meu Livro do Pacto. Sem ele eu não posso nunca retornar para meu lar, a menos que seja para aceitar humilhação e perseguição eterna.
Agora, finalmente, o perjuro ressurgiu e eu pretendo levar ambos, ele e meu livro para casa!
Por isso eu me dirijo a vocês, nobres homens. Irão me ajudar? Podemos ajudar uns aos outros?'
Página 54 - box 1
'Não pensem mal de mim por abduzí-la. Eu estou bem desesperado-não é minha culpa! Eu apenas desejo negociar com razoável certeza de que ambos os grupos irão fazê-lo em boa fé. Sem o meu livro, eu não tenho meio algum de garantir que qualquer acordo será honrado. Mas a Rainha Kristiana está a salvo comigo, tenham certeza.
Eu proponho uma troca entre nós. Quando vocês recuperarem meu Livro do Pacto eu virei a vocês com a rainha. O que vocês dizem?'
Página 54 - box 2
'Meu livro está em algum lugar na cripta embaixo do Castelo Ravenloft, em um jazigo sem nome algum sobre ele. Dentro do jazigo existe uma caixa com uma fechadura que pode ser aberta apenas com aquela coisa que vocês chamam de Símbolo Sagrado do Corvo. Esse objeto é cegante para mim e quando eu tento ver onde ele está sou queimado por seu brilho. Pensar nele é uma tortura, e ainda sim eu mal consigo pensar em outra coisa!
À pessoa que recupear meu Livro eu serei muito grato!'
Página 54 - box 3
'Temo que eu devo retornar para o lado da rainha. Eu a deixei com alguns - servos - e é bem difícil conseguir boa ajuda de onde eu vim. Francamente, ela precisa de minha proteção constante mais do que vocês, mas eu posso ajudá-los de outra maneira...'
Página 54 - box 4
'Se vocês procuram desferir um golpe contra um lich, então vocês devem saber que conhecimento é a chave para o sucesso. O pequeno conhecimento de uma pequena coisa pode se provar ser a queda de um lich.
O que é que um lich esconde de todo o mundo, uma coisa mais sacrossanta do que até mesmo seu filactério? Desvendem isso e vocês terão uma arma de grande poder.'
Página 55 - box 1
Inajira diz, 'Se tudo ocorrer bem, eu deverei partir em breve! Sejam fortes e resolutos, e fiquem atentos a Strahd von Zarovic. E movam-se depressa! Até que o livro esteja em minhas mãos, estamos todos à sua mercê, mas uma vez que vocês retornarem ele para mim-'
'Você irá destruí-los, Inajira,' diz uma voz à sua esquerda. É Strahd!
'Matem-no,' grita Inajira, 'ou estamos perdidos!'
'Não!' contrapõe Strahd, com sua mão formando um punho. 'Eu sou o único que pode salvar a nós todos! Juntos nós devemos destruir este demônio dos planos inferiores!'
Página 55 - box 2
O corpo de Strahd não sangra, mas está severamente quebrado pela intensa batalha. Seu braço esquerdo está quebrado em dois lugares e suas roupas estão rasgadas por cortes profundos que penetraram a pele também.
Medo substitui sua expressão normal de autoridade enquanto Inajira continua a espancá-lo impiedosamente. Finalmente, o lorde vampiro cai de costas no solo e Inajira se agiganta sobre ele. O demônio ruge vitoriosamente, fazendo o solo sob seus pés tremerem. Ele mostra seus terríveis dentes e então avança alegremente sobre Strahd, preparando-se para esmagar a garganta dele.
Com seu último e frágil suspiro, Strahd expele uma palavra estranha, 'Arcanalothatum!' Inajira é paralisado e então começa a chacoalhar violentamente. O demônio uiva em agonia e cai de joelhos enquanto uma luz brilhante o envolve. A iluminação aumenta até um clarão brilhante, e então ele some.
Página 55 - box 3
'Eu sei que cruzamos espadas no passado', diz Strahd, 'mas devemos colocar nossas diferenças de lado porque agora nossas causas estão ligadas.'
'Ouçam-no,' diz Anebroun.
'Lembrem-se, ele veio nos ajudar no castelo, e nós estamos fortes o suficiente para derrotá-lo agora se ele tentar algum truque. Vamos ouvir o que ele tem a dizer!'
'Eu não desejo nenhum mal a vocês,' promete o vampiro. 'De fato, eu quero apenas ajudá-los a completar sua missão. Nós devemos reverter a Grande Conjunção. Eu devo retornar ao lugar onde reino sem desafiantes, e Azalin deve ser enviado de volta a onde pertence. Na verdade, vocês libertaram muitos lordes da terra das névoas, e mesmo agora eles espalham terror sobre muitos mundos.'
Página 57 - box 1
Strahd olha para vocês com o ar de um comandante enviando suas tropas para a batalha. 'Eu estou confiante em sua habilidade para cumprir esta missão,' ele diz.
'Para me encontrar no passado, concentrem-se em Inajira e nas terras que cercam o Castelo Ravenloft. Há apenas um ponto no tempo quando as duas coisas se interseccionam, e esse pensamento irá levá-los até aquele ponto.'
Strahd olha ao seu redor, para a névoa que esconde o mundo de sua visão, e então diz, 'Quando vocês retornarem do passado, espero que vejam o sol novamente. Azalin e eu estaremos de volta às terras sombrias ou teremos desaparecido. Rainha Kristiana e Rei Barov estarão novamente sentados em seus tronos porque nada disso terá acontecido. E vocês estarão livres da maldição que caiu sobre seus ombros.'
'Boa sorte! Eu devo retornar ao castelo. Estou cansado e a luz do dia está me sobrecarregando.'
O vampiro se transforma em morcego e voa para longe.
Página 60 - box 1
Um som de atrito vem do fim da sala e chama a sua atenção, onde a tampa do sarcófago de pedra na parede norte se abre lentamente diante de seus olhos. Quando apenas uma fresta surge, uma névoa se derrama e assume a forma de um homem idoso em robes de sacerdote. Sua forma é cinza e enevoada, mas seus olhos vermelhos penetrantes parecem bem reais.
Página 60 - box 2
A boca do fantasma se abre e palavras sedosas flutuam até seus ouvidos. Sílabas profundas ecoam no ar enquanto ele diz, 'Ordenem a profecia e a porta se abrirá para vocês.' Ele se dissipa e a tampa do caixão se fecha.
Página 61 - box 1
Um cheiro de bolor invade a sala vindo da câmara à frente. Pura maldade de dentro irradia para fora e pressiona como mãos geladas contra suas gargantas. Através da grossa camada de poeira da argamassa quebrada, uma luz triste azul-esverdeada queima do outro lado da parede, desafiando-os a entrarem...
Thomurray olha para todos vocês. 'Como a rainha disse, o filactério nos levou ao covil do lich. Agora devemos esconder o item amaldiçoado até o lich atender nossas exigências.'
Anebroun diz, 'Eu lerei o pergaminho agora. Levá-lo adiante é entregá-lo nas mãos do lich. Segurem-no diante mim.'
Página 61 - box 2
Anebroun desenrola o pergaminho e proclama palavras complexas que se misturam em seus ouvidos, soam muito difíceis de se entender. Com uma faísca, o pergaminho desaparece em uma nuvem de fumaça branca, deixando um brilho perceptível nas mãos de Anebroun. Rapidamente, ela toca o crânio e ele desaparece em outro clarão.
Então ela entrega a cada um de vocês um pequeno topázio. 'Eu encantei esses com uma magia que irá trazê-los até mim se vocês os segurarem e dizerem o meu nome. Se vocês estiverem em perigo, usem-nos para escapar. Porém, sua missão é clara. Usem-nos apenas se vocês não tiverem qualquer esperança.'
'Eu irei esperá-los na igreja acima. Prossigam sem pressa e permaneçam vivos! Boa sorte!' Com um último olhar, ela se vira e parte.
Página 62 - box 1
Dentro da cripta de pedra há um caixão feito de madeira negra brilhante, com empunhaduras de ouro nos lados e rosas cinzentas apodrecidas na tampa. Ele está imaculado e brilhante; vocês podem ver claramente a nobre textura da madeira.
De repente, uma mão sai do caixão e agarra Thomurray pela garganta! Então Azalin se levanta pela tampa e ascende no ar, carregando o sacerdote com ele e encarando vocês. Thomurray treme violentamente sob o aperto de Azalin, sem conseguir gritar. Sua pele começa a secar e se repuxar sobre seus ossos, rachando e então se desfazendo. Suas mãos, balançando, reduzem-se a garras esqueléticas. Seus olhos se viram para o alto. Então seus sapatos caem e atingem o chão de pedra com um som 'tamp-tamp' que ecoa em seus ouvidos.
Com sua outra mão, o lich segura o Símbolo Sagrado do Corvo, provocando vocês. 'Saudações, escravos! Procurando por isto? Bem, venham e peguem!'
Azalin derruba a carcaça de Thomurray no chão e começa a gesticular.
Página 63 - box 1
Quando seus pés tocam o chão desta sala úmida, um frio escala suas pernas como dedos gelados tentando puxá-los para baixo. Está frio aqui - frio como a morte - e escuro. As paredes parecem drenar a luz de quatro tochas diante de vocês que queimam com uma fumaça azulada. As tochas cercam a estátua branca com o mesmo tom de osso de uma mulher esculpida com detalhes requintados, coberta com armadura simples de prata. Ela descansa sobre um joelho e encara friamente sua chegada.
Página 65 - box 1
Do outro lado da sala, na mesa, uma chama se ascende sobre cada candelabro, como se velas invisíveis tivessem sido acesas magicamente. O livro central se abre e as páginas se viram sozinhas até o meio do tomo.
Então um espectro horrivelmente desfigurado surge do livro e olha maliciosamente para vocês com um sorriso distorcido. Ele aponta sua garra branca leitosa para vocês e começa a flutuar através da sala.
Página 65 - box 2
As tapeçarias de teto ao chão estão cobertas com poeira, ainda sim, suas cores permanecem brilhantes, de tão intrincada que é sua trama. A metade da sala mais próxima à tapeçaria com a torre está fria, como se a neve pudesse despencar da cena no chão, e a metade da sala mais próxima do pântano está quente e cheira a ranço. Se vocês olham para longe e então de volta, as folhas da vegetação rasteira parecem se mover como se uma brisa úmida estivesse soprando sobre elas.
Página 66 - box 1
De repente a parede oeste bruxuleia e desaparece, revelando um trono flanqueado por tochas - e Azalin está sentado lá!
'Eu os desafio!' ele sibila em sua direção, seus lábios ressecados repuxados em um sorriso sinistro. 'Eu os desafio a me pegarem! Se até mesmo um de vocês sobreviver - uma ideia divertida - eu irei reviver todos vocês e entregar o Símbolo Sagrado do Corvo!
'Agora, para usar uma frase mortal pitoresca, pego - está com vocês!'
Com isso, ele levanta sua garra enrugada e lança uma sequência de faixas de luz em vocês...
Página 67 - box 1
Um vento frio e úmido sopra das cavernas escuras adiante. As paredes dos túneis, esculpidas de pedra sólida, cintilam levemente. Vocês vêem que as superfícies estão cobertas por uma camada fina de gosma que grudam nos seus pés conforme vocês andam, relutantemente deixando suas botas com um som grave de sucção.
Página 68 - box 1
Quando você pega o disco de prata, a expressão de Strahd muda de medo para terror abjeto. Ele balança sua cabeça de um lado para o outro e se espreme contra a parede atrás dele como se ele pudesse forçar ele mesmo através dela.
Página 69 - box 1
Strahd escurece e murcha diante de vocês como se o disco prateado fosse uma estrela escaldante em sua mão, mas seu brilho desaparece com o vampiro.
Agora fica claro que o medalhão não é nada além de chumbo. Similarmente a face de Strahd escapa de seu corpo, revelando ser uma coisa morta-viva comum. Este é outro dos truques do lich.
Então vocês ouvem uma risada familiar vinda do canto da sala à direita. Azalin está de pé ali, balançando a cabeça em aprovação. 'Vocês vêem?' ele pergunta. 'Existem algumas coisas em que concordamos.'
Página 70 - box 1
Está um negrume e completamente quieto dentro desta armadilha, mas o ar está esfriando levemente. Do chão e acima, as paredes os cercam coladas em você. Depois de alguns momentos, você detecta um leve som acima de você - o sopro de alguma coisa muito grande, e está ficando mais barulhento. Alguma coisa passa por sua bochecha, como um leve filamento pincelando. Você sente novamente - e então novamente!
Página 71 - box 1
Vocês ouvem uma barulho remanescente de rochas sendo moídas vindo de baixo (acima) - o som vem da espiral, fora do alcance da visão. O barulho ecoa na câmara, cercando vocês. A moagem é seguida por um pesado 'clomp, clomp, clomp' - alguma coisa grande está vindo dos degraus abaixo (acima).
Página 72 - box 1
É uma cena sangrenta nesta câmara - várias pessoas estão algemadas nas paredes. Marcas de garras riscam seus corpos e sangram livremente, preenchendo a sala com o cheiro de carne fresca. As cabeças das pessoas estão caídas em exaustão absoluta, e uma das pessoas geme fracamente. Em um canto, um homem vestido de preto segura um prisioneiro pelo cabelo, puxando sua cabeça para o lado. Ele está mordendo o homem gemendo no pescoço.
Com sua entrada, ele se vira e olha em sua direção; sangue escorre pelo seu queixo e ele sibila ameaçadoramente - é Strahd von Zarovich! De repente, os prisioneiros levantam suas cabeças cansadas e olham para vocês - eles são todos clones de vocês e seus companheiros.
Página 73 - box 1
O odor velho de morte emana deste buraco e agarra seus corações e pulmões, espremendo-os como um punho de osso gelado ao redor de um ovo cozido. Este é um lugar que somente os mortos-vivos poderiam chamar de lar.
Em algum lugar lá em baixo, uma risada ameaçadora ecoa pelo complexo, avidamente convidando vocês para um lugar sem retorno. O lich está lá em baixo ... em algum lugar.
Página 73 - box 2
Azalin aguarda por vocês nessa câmara, sentado em um trono de ossos derretidos. 'Entrem, entrem,' ele diz. 'Vocês parecem um pouco cansados,' ele comenta com uma risada. 'Eu posso arrumar isso para que vocês nunca mais se sintam assim ...'
Página 73 - box 3
Azalin ri novamente e diz, 'Tão difícil saber o que é real quando vocês vêem. Bem, digam-me se isto parece real para vocês.' O punho do lich se abre e a sala explode com fogo!
Página 74 - box 1
Cada pé quadrado desta câmara é coberto por projeções pedregosas, incluindo as paredes, que apontam para a escada. Um gemido assustador lentamente se faz perceptível. Então vocês percebem, a própria pedra grita para vocês! As pontas de rocha se contorcem como dedos saindo de um túmulo e o gemido de agonia presa os enchem de terror.
O balançar das pedras confunde suas mentes, seus sensos de cima e baixo escapam e a sala começa a girar!
Página 75 - box 1
Diante de vocês está uma caverna gigantesca, preenchida do topo ao fundo com filamentos grossos, brancos e sedosos que brilham na luz. Eles congestionam a sala e escondem o outro lado de vocês. O chão desce para longe de vocês dentro da sala e é perdido no emaranhado leitoso.
À distância vocês mal ouvem um suave som errático de estalar. Conforme seus sentidos se ajustam com a caverna, vocês notam leves vibrações nas cordas brancas e ouvem um fraco zumbido com cada vibração.
Página 77 - box 1
Esta certamente deve ser outra das ilusões de Azalin. Como ele poderia encontrar (insira o nome da pessoa) e trazê-lo(a) para cá? Você limpa a sua mente e se prepara para negar qualquer fantasma que o lich tenha conjurado para você, então você abre lentamente o caixão.
O corpo dentro está rachado e murcho como se estivesse aqui há milhares de anos. Você fecha seus olhos e abre de novo mas não há dúvidas: Isso não é uma ilusão.
Por um momento, você fica estupefato, tentando imaginar o que Azalin fez. Então, para seu terror completo, o corpo abre seus olhos incrustados e olha para você!
Página 77 - box 2
As paredes desta sala são feitas de pesados tijolos de pedra com 30cm de altura e 60cm de largura, e quem sabe quantos cm de profundidade. Este é o tipo de sala onde prisioneiros são deixados para morrer. Não há porta, janela, nem mesmo entrada de ar. Você está preso...
Página 78 - box 1
Um fedor salobro sobe da água aqui embaixo. A água é gelada ao toque e sobe até ficar a alguns pés do teto do túnel que segue adiante. É impossível saber o quão para baixo vão os degraus na água. Vocês podem ter que nadar através do túnel para chegar ao outro lado - se houver outro lado.
Alguma coisa a dois degraus abaixo da superfície da água chama sua atenção. Parece ser um anel. Há alguma coisa no terceiro degrau também - um medalhão ou corrente - mas a água é muito escura para você distinguir o que é.
Página 78 - box 2
A água está entorpecentemente fria mas a profundidade é de apenas 1,5m onde os degraus terminam. Há um murmúrio à frente, bem longe e fora do campo de visão. Soou um pouco como Azalin mas quem sabe?
Alguma coisa raspa na sua perna e some. Além dos sussurros e do chapinhar na água que vocês fazem ao se moverem, está extremamente quieto dentro do túnel. Então mais uma vez alguma coisa raspa na sua perna.
Página 79 - box 1
A água diante de vocês começa a formar bolhas e espuma e então uma grande criatura fica de pé e bloqueia a passagem. Sua pele é de um verde escuro doentio e está coberta por feridas purulentas que sangram em preto. Seus cabelos se penduram como algas marinhas mortas do tipo de seu couro cabeludo ossudo.
O monstro flexiona suas garras com membranas e mostra seus dentes sujos e negros. 'Eles pagar taxa!' ele grita com uma voz áspera. 'Eles pagar taxa ou eles passar não!'
Atrás, outro scrag surge da água e vira de um lado para o outro olhando para vocês.
Página 80 - box 1
Estranhamente um deserto está diante de vocês, estendendo-se tão longe quanto os olhos podem ver. Acima, uma enorme réplica do Símbolo Sagrado do Corvo queima como o sol e os atinge sem piedade. O ar está seco, queimando seus pulmões, e o calor está completamente implacável sobre suas costas. Vento quente sopra sobre as dunas, levantando areia e arremessando-a nos seus olhos. O rugido de uma forja de ferreiro parece pulsar no ar.
Há movimento por todo lado embaixo da areia enquanto criaturas escavam abaixo da superfície onde está escuro.
Página 81 - box 1
O vento está ensurdecedor aqui, tornando quase impossível ouvir um grito próximo a vocês. A areia debaixo de seus pés se mantém deslizando e puxando vocês na direção do redemoinho arenoso no meio desta câmara.
Atrás de vocês, na borda do deserto sem fim, a fera de areia surge do chão e estuda vocês, sem ser afetada pelo turbilhão ao redor dela, então ela afunda no chão novamente. Quando ela não é nada além de um monte de areia de 60cm de altura, o monstro se move na direção de vocês, ganhando velocidade conforme se aproxima.
Página 83 - box 1
O corredor diante de vocês é esculpido de maneira habilidosa e muito ornamentado, criando uma montagem de luz e sombras que brinca com os olhos. Há esculturas em relevo durante toda a extensão, que quando olhadas por inteiro, dão a impressão que o arco é suportado por esqueletos se contorcendo em uma agonia pesarosa. Dor implacável marca suas faces e cada um deles parece implorar para que vocês andem através do arco.
Adiante no corredor há uma escultura de osso de uma aranha gigante, composta dos ossos de muitos animais e talvez até de pessoas, o que lhe dá uma aparência abstrata e horrível.
A monstruosidade parece como se o escultor não tivesse ideia do que ela seria até ela estar terminada.
Página 83 - box 2
Vocês estão diante de uma porta grande e brilhante de ébano. Por sua superfície uma escultura em relevo de tamanho real de Azalin está delineada em ouro. Jóias vermelhas que brilham com uma luminosidade arcana estão fixadas nas órbitas oculares. Réplicas de prata do Símbolo Sagrado e do Ícone estão uma de cada lado da imagem do lich.
A maçaneta da porta é uma mão esquelética esticada, projetando da escultura em relevo como se fosse de Azalin. A palma está virada para cima como se fosse para entregar algo para vocês - os dedos esqueléticos curvados ligeiramente para cima.
Página 84 - box 1
Aqui está uma sala de beleza terrível e escura. Uma dúzia de lamparinas em arandelas de ouro estão penduradas no teto e queimam com um fogo avermelhado, lançando uma luz sombria sangrenta sobre a sala inteira. O teto é de um negro profundo e salpicado com estrelas que brilham, e um cometa passa lentamente sobre a abóbada celeste noturna. As paredes são de um branco da cor dos ossos, polidas, e foram esculpidas com representações de horríveis execuções - as expressões nas faces das vítimas são tão reais que elas parecem se virar e olhar para sua desgraça iminente. Um carpete luxuoso cobre o chão, tingido em padrões que confundem o olho e deixa o observador tonto. Um incenso desagradável permanece no ar, não podre como cadáveres, mas inebriante e nauseante como a própria morte. Inalá-lo é como respirar a morte, como sentir o toque gélido do ceifador no seu ombro.
Dentro da sala adiante, Azalin se senta em um trono de ossos derretidos e gesticula para que vocês adentrem seu salão. 'Sim, sim, sou eu desta vez', o lorde lich diz. 'Não, não, guardem suas armas. Vocês já estariam mortos se eu assim desejasse, então não desperdicem meu tempo com heroísmo tolo.
'Vocês vieram pelo Símbolo Sagrado. Claro que vocês são bem-vindos para obtê-lo, contanto que o usem para destruir Strahd von Zarovich! Nesta causa somos aliados, não somos?'
Página 84 - box 2
Azalin congela na pronúncia deste nome e parece se tornar uma estátua diante de vocês. Um momento passa e então ele interrompe a paralisia e rosna para vocês.
'Vocês são mesmo adversários mortais! Eu poderia destruí-los, mas nós precisamos uns dos outros. Façam suas exigências rápido, antes que eu mude de ideia!'
Página 85 - box 1
'Uma magia deste tipo requer uma grande quantia dos meus poderes, e um pouco de tempo,' Azalin conta para vocês. 'Eu sugiro que vocês aproveitem o momento para redecorar suas magias e se prepararem para lutar com Strahd quando retornarem.
'Quando eu estiver pronto vocês devem se deitar no chão e se concentrar no lugar e tempo para onde vocês desejam ir.'
Página 86 - box 1
Azalin diz para vocês se deitarem no chão e se concentrar no seu destino e então começa a lançar sua magia. Uma sensação de sono se abate sobre vocês e então leveza conforme a sala se esvanece. Em algum lugar nas profundezas de suas mentes, vocês ouvem Azalin dizer, 'Pensem em mim enquanto vocês possuem outro corpo. Fazê-lo é experimentar a existência de um lich.'
Página 86 - box 2
Está amanhecendo quando vocês reganham o controle de seus sentidos. Vocês estão sobre o solo manchado com o sangue de inúmeras batalhas, dilacerado e revirado pelos pés de centenas de soldados. Tão longe quanto seus olhos alcançam, os campos estão cobertos por fogueiras e soldados se movem como enxames de formigas negras, preparando-se para outro dia de combate sangrento e morte.
Próximo, em uma colina, uma grande tenda está armada e guardas robustos estão plantados atentos ao redor de toda ela. Sobre a lona, uma nuvem sobrenaturalmente negra e pesada paira, ocasionalmente brilhando com seus próprios clarões de relâmpagos. Vocês já viram esta nuvem antes - é o cartão de visitas de Inajira.
Página 86 - box 3
Dentro da tenda Strahd está atrás de uma grande mesa com vários conselheiros. O general parece poderoso, mas ele é definitivamente humano. Do outro lado da mesa, dentro de um círculo mágico no chão está Inajira. O yuguloth incita, 'Assine o Livro do Pacto, Strahd von Zarovich, e Baróvia será sua!'
Mas sua presença distrai Inajira. 'Quem é este intruso?' ele exige saber. 'Um espião? Traição! Traição! Eu vou matar todos vocês!' O demônio começa a pressionar contra a parede invisível com todo o seu poder-ela começa a crepitar eletricamente.
'Eu não sei quem ele é,' proclama Strahd. Para vocês ele diz, 'Saía daqui, soldado!'
Com um estalo barulhento, o círculo de proteção se estilhaça e Inajira está solto!
Página 87 - box 1
Vocês chegam de volta ao lar de Azalin e sentem como se nem um momento houvesse passado. O lich está sentado em seu trono com sua cabeça curvada em exaustão e não se move.
Página 87 - box 2
Finalmente! O objeto de sua missão está diante de vocês. O Símbolo Sagrado brilha com sua aproximação e vocês sentem um profundo senso de conforto e alívio em sua presença.
Agora a imagem de um altar no Castelo Ravenloft flutua diante de seu olho da mente, e vocês descobrem que a missão foi cumprida pela metade. Se vocês puderem retornar para o castelo e unir o Símbolo Sagrado e o filactério sobre o altar, vocês irão finalmente poder descansar em paz, não importa o que mais aconteça.
Página 88 - box 1
Uma névoa grossa e branca cobre o chão da cripta e ela se enrola sobre seus joelhos como se escondesse uma ameaça espreitando aos seus pés. Está quieto aqui embaixo-mortalmente quieto-mas então um som não bem-vindo quebra o silêncio.
'Bem-vindos à cripta da família,' diz Strahd das sombras, sua voz ecoando nas paredes. 'Eu devo dizer que eu estou em débito com vocês, uma gratidão por cumprirem a profecia de Hyskosa. Agora a Grande Conjunção está segura.' Ele ri de sua ingenuidade; aparentemente vocês jogaram exatamente conforme seus planos.
'Como vocês devem ter deduzido, eu não morri no campo de batalha depois que o pacto com Inajira foi abortado, e aquela vitória foi muito mais doce, porque foi toda minha!' A risada repentina de Strahd dá um calafrio em suas espinhas, mas sua sonora voz continua no escuro.
'Eu mantive o Livro do Pacto, claro, porque vocês convenientemente enviaram Inajira sem ele. Obrigado por isto também! Infelizmente, eu de maneira tola tranquei ele com o Símbolo Sagrado do Corvo-isso não mudou. Portanto, eu tenho uma proposta para vocês: eu irei trocar o filactério pelo Símbolo Sagrado. Ou, se vocês preferirem, eu comandarei Anebroun para destruir o filactério para todos nós.'
Novamente Strahd ri. Ele diz alegremente, 'e, claro, deixarei vocês viverem!'
Página 89 - box 2
'Sinto que tenha chegado a este ponto, mas eu sempre servi a linhagem von Zarovich, e eu não posso parar agora. Acreditem em mim, Strahd não deseja nenhum mal a vocês - vocês libertaram-no!
Apenas derrubem o item no chão e se afastem, eu irei lançar o crânio para vocês ou destruí-lo, o que vocês desejarem. Não há modo algum de reverter a Grande Conjunção agora. Vocês a selaram ao cumprir a profecia de Hyskosa. Sua única esperança agora é achar uma nova causa ou um novo mestre, como eu fiz.'
Página 91 - box 1
O Livro do Pacto não é tão impressionante quanto vocês possam ter pensado que fosse, tendo em vista os seres poderosos que estavam lutando por sua posse. A capa é grossa, em couro gravado, e uma correia prende as páginas com um cadeado curioso que não permite chave comum alguma de encaixar. Tirando isso, parece ser nada mais do que um livro velho.
Conforme vocês retiram o livro de sua caixa, vocês ouvem o barulho de arrastar de pés e sussurros nas sombras. A névoa sobre o chão se conterce e rola, perturbada por algum movimento.
Então as sombras tomam forma: Mortos-vivos - dúzias deles - encurralam vocês e seu prêmio.
'Agora vocês estão prontos a negociar?' pergunta a voz de Strahd das sombras.
Página 92 - box 1
De repente há um estalo de relâmpago e a queda de um trovão que ameaça desmoronar as paredes. Um uivo feroz ecoa pela cripta, dizendo a vocês que Inajira chegou - e não há dúvidas do que ele quer.
O demônio abre caminho através do grupo de mortos-vivos que se abre como mato diante de um gigante e para a 10m de vocês. A rainha Kristiana está firmemente presa em sua mão. Ela parece um pouco desorientada e abatida, mas sua expressão se torna nada mais do que desafio quando ela olha para o demônio.
Página 92 - box 2
'Congratulações, honestos guerreiros da justiça! Vocês fizeram muito bem', zomba o demônio. 'Agora,dêem-me meu livro e eu deixarei a rainha partir!'
Página 92 - box 3
'Não!' grita a voz de Strahd. Sua voz ecoa magicamente, fazendo parecer que toda a sala é preenchida com suas palavras. 'Se vocês derem o livro para ele, ele matará a todos nós.'
Inajira rosna cruelmente e olha para as sombras, murmurando malignamente, 'Strahd, onde está você, velho amigo? Nós temos contas a acertar.'
Página 92 - box 4
A velha maga puxa uma grande gema das dobras de seu robe, segura ela no alto e grita 'Inajira!' De repente, a gema brilha com uma intensidade branca e quente entre seus dedos enquanto ela segura a gema na direção do demônio.
Inajira se vira e olha para ela, e então ri. 'Tentando prender minha alma em uma pedra, maga? Isso é um problema, porque eu não tenho alma alguma para prender - mas você tem, Anebroun!'
No momento que Inajira pronuncia o nome dela, Anebroun grita e cai no chão, derrubando a gema. Inajira se ajoelha, pega a pedra e a esmaga em sua mão poderosa - um sopro de fumaça escapa de seus dedos, tudo o que restou do espírito de Anebroun. Então o yuguloth tira o filactério de Azalin de um dos bolsos do robe dela. 'Esta casa de espíritos está ocupada,' ele nota.
Kristiana olha para ele severamente e então para vocês com um alerta súbito. 'Rápido!' ela grita. 'Encostem o Símbolo Sagrado no Livro do Pacto! É nossa única chance!'
Ainda de joelhos, o demônio derruba o filactério de Azalin, gira em sua direção e grita, 'Não, não, não, NÃO!' O chão treme e as paredes balançam com seu rugido.
Página 94 - box 1
Uma aura brilhante emana do filactério de Azalin, jogado no chão ao lado do corpo de Anebroun. Ela ilumina a sala como se o sol tivesse nascido dentro da cripta. Azalin se levanta do chão e olha para a confusão com uma risada sádica. Então ele vê Strahd e sua risada se torna um sibilo venenoso.
'Strahd!' ele grita. 'Venha me enfrentar, sanguessuga!'
Strahd avista seu nêmesis e imediatamente abandona a batalha atual para atacar Azalin. Os dois se engalfinham em um abraço de morte, e magias chiam e faíscam ao redor deles enquanto lutam por controle sobre o outro. Durante o embate, Strahd chuta o filactério de Azalin - e ele rola em sua direção!
Página 94 - box 2
'Pare-os!' grita Azalin no meio de seu combate com Strahd. 'Pare-os ou nós dois iremos voltar para a prisão sombria!'
Pela primeira vez, Strahd e Azalin tem uma causa em comum. Eles abandonam sua luta e se viram para vocês.
De repente, Inajira está sobre os dois lordes sombrios. 'Então escapar eles irão!' ele rosna. 'Se eu não posso ir para casa, ninguém irá para casa!' Ele olha em sua direção. 'Fujam, mortais tolos, e quebrem a Grande Conjunção!'
Os três super-seres malignos entram em um furioso e desesperado combate. O estrondo que ele criam é como se milhares de tropas de magos de guerra estivessem engajados em uma batalha suicida e desesperada.
Magias defletidas rasgam o ar, relâmpagos perdidos pulverizam as paredes e o teto perto de vocês, e os gritos e uivos que vocês ouvem caem como ácido em seus ouvidos.
Página 94 - box 3
De repente a batalha abaixo fica silenciosa enquanto as névoas varrem o chão da capela e engolem os bancos. Kristiana junta suas mãos e diz, 'Deuses sejam louvados, a maldição foi quebrada e meu pobre marido pode descansar!'
Então a rainha recupera seu fôlego e engasga. Strahd está parado no topo dos degraus, apoiando-se no portal, tentando alcançar Kristiana. Suas roupas estão rasgadas em pedaços e ele está em condição pouco melhor.
'Meu lorde?' pergunta Kristiana em um estupor.
'Kristiana, meu amor, corra até mim!' grita Strahd, sua voz aveludada e irresistível, ainda sim, com um tom de urgência feroz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário